Pela primeira vez em sete semanas, os preços globais do frete aéreo subiram, na última semana de janeiro, aponta o Baltic Air Freight Index (BAI). Os motivos são os ataques do grupo Houthi do Iêmen, no Mar Vermelho, que levam empresas a buscarem os aviões, e a chegada do Ano Novo Lunar na Ásia.
O BAI, que mostra as taxas transacionais semanais de carga geral em uma série de rotas, subiu 6,4% na semana até segunda-feira, disse a agência de relatórios de preços TAC Index, revertendo as quedas desde o pico sazonal de meados de dezembro.
Os ataques a navios no Mar Vermelho realizados pelos Houthi, aliados do Irã, estão forçando navios a tomar rotas mais longas – principalmente pelo Cabo da Boa Esperança, no sul da África, o que pode acrescentar semanas aos prazos de entrega. Ou levando os transportadores a buscar modais alternativos.
Nas últimas semanas, as empresas de transporte de mercadorias têm reservado mais espaço nos aviões, e alguns clientes, para evitar atrasos, começaram a enviar carga total ou parcialmente por via aérea.
Nick Frank, CEO da DHL Global Forwarding Asia Pacific, disse ao Daily Sabha, da Turquia, que o pico tradicional esperado antes do Ano Novo Lunar está se somando a tempos de trânsito marítimo mais longos, taxas marítimas mais altas e a uma escassez de navios resultante da perturbação do Mar Vermelho. “Isso está levando alguns clientes a migrarem para o frete aéreo”, disse.
Já o relatório TAC Index afirma que o atual aumento “está em linha com as expectativas de que as taxas possam subir com interrupção do transporte marítimo no Mar Vermelho, mas elas geralmente aumentam na preparação do Ano Novo Chinês”.
Muitas fábricas na China pressionam para entregar estoques aos clientes antes do feriado de oito dias do Ano Novo que, este ano, começa em 10 de fevereiro. As taxas de frete aéreo saindo de Xangai, por exemplo, aumentaram 8,8% na segunda-feira (contra a segunda-feira anterior). As taxas de Hong Kong subiram 5,9% e as do Sudeste Asiático, 10%.
O Mar Vermelho, que leva ao Canal de Suez, fica na principal rota comercial leste-oeste, dos centros industriais da Ásia para a Europa e, depois, para a costa leste das Américas.
Mais caro que o frete marítimo, o frete aéreo representa menos de 1% do comércio global em volume, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
Fonte: Daily Sabah